Apresentação

PaCuCoBras - Teatro Latino Vital 
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A publicação do “folhetim ilustrado” PaCuCoBras - Teatro Latino Vital se dá no âmbito de vastas comemorações (que incluem brindes aqui em casa mesmo e algum registro na página do Facebook) dos dois anos de existência de Guina&dita, minha editora “particular”, a minha maneira de me colocar no mundo literário e virtual, entre outros.
A princípio, PaCuCoBras - Teatro Latino Vital estava sendo programada para assumir a forma de um romance escrito ao estilo clássico, com a devida paciência, que é proporcionalmente maior por parte dos autores do que dos leitores, sabemos nós, que, muitas vezes, no que chegam em casa após o lançamento muito mal folheiam o livro, e eu não deixo de reconhecer que de vez em quando faço o mesmo, queiram perdoar os colegas... 
O fato é que a dinâmica da vida tem feito com que este absurdo, o escrever um romance, pareça coisa cada vez mais sem sentido. Em geral, certamente resulta que, ao cabo de meses de uma escrita laboriosa, todo o texto pareça ultrapassado, e eu pelo menos suponho que sim...
Ora, se a insatisfação continua mordendo nossos calcanhares, por que não voltar a uma antiga fórmula, o folhetim, utilizada com frequência no século XIX e mesmo no início do XX, só que agora aplicada a um contexto completamente diferente, com a utilização de ferramentas muito mais dinâmicas do que aquelas disponíveis para os esforçados jornais (e autores) de antanho?...
É por aí que vem PaCuCoBras - Teatro Latino Vital, tendo por base as vivências (e as convivências) decorrentes de duas viagens no período de apenas um ano, em roteiros por cidades do Panamá, Cuba e Colômbia, quando acompanhei, como pesquisador associado a uma instituição universitária, algumas interessantes participações acadêmicas do campo da arquitetura e do urbanismo, em congressos e encontros internacionais, além de aproveitar para um pouquinho de turismo barato, é claro...
O folhetim ilustrado tem como base descritiva uma enorme quantidade de fotografias feita pelo autor no calor e no correr dos acontecimentos e dos conhecimentos, muito mais apontamentos literários ou meros rascunhos visuais do que propriamente ensaios fotográficos, apesar da minha base profissional neste campo, pois que, afinal, cada coisa tem o seu tempo e a sua oportunidade...
A história central do folhetim ilustrado PaCuCoBras - Teatro Latino Vital, embora com toda uma base no real, é absolutamente fictícia, respeitando apenas, das viagens, os trajetos geográficos e, ao fundo, o quase sempre pesado cenário histórico. Eis, porém, que a defasagem de tempo entre a experiência e a criação, e diante do torvelinho de emoções e sentimentos que nos cercam neste (ou em qualquer um) momento da vida do país e do mundo, tudo isto meio que criou a necessidade de que, junto da ficção, se abrisse um espaço de comentários, como já é praxe em qualquer coisa publicada na Internet. Este novo costume de reservar espaço para os comentários não deixa de ser uma forma, atualizada e multi-autoral, de preservar a velha e boa crônica, que brilhou tanto na segunda parte do século XX no Brasil. 
Este espaço da crônica será ocupado neste folhetim (em uma parceria quiçá inédita...) pelos próprios personagens da ficção, que então, passaram a ter espaço para seus comentários na própria sequência (digo, a cada capítulo) do texto do folhetim.
E, afinal, como os capítulos, em postagens de um blog próprio, serão progressivamente publicados e aos poucos (deveriam ser...) apagados (como manda a tradição dos folhetins, que os jornais não eram perenes nas mãos dos leitores e nem em bancas de jornais), há espaço também para comentários dos leitores (que não serão necessariamente respondidos pelo autor, mas pode até ser que o sejam pelos personagens, enquanto comentaristas...), em uma participação que, de certo modo, também poderá compor a obra final, se impressa, salvo quaisquer tropeços de postura ou de direitos...

Esta é a estrutura básica de PaCuCoBras – Teatro Latino Vital, que, já em seu estranho nome, faz referência aos países visitados, eles próprios personagens, em certa medida, da história. A periodicidade prevista é de um a dois capítulos por semana, com a história sendo contada ao mesmo tempo em que a crônica é feita, de tal maneira que a obra indicará o seu próprio processo de construção, acho eu... 
Reserva-se o autor o direito, é claro, de mudar qualquer coisa neste esquema, desde os prazos até as formas, além de promover atualizações nos capítulos publicados, se lhe convier, que, afinal mesmo, a literatura, a exemplo da vida, é, no fundo (e mesmo sob protestos das editoras), uma eterna obra aberta...

Guina Araújo Ramos - Rio de Janeiro, Abril de 2015. 
[Revisado em Julho de 2019] 

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